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Inovação: ela acontece na sua empresa?

Colunista: Edvaldo de Farias

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Não há dúvidas, e até mesmo existe unanimidade quanto ao fato de que a inovação não está nas empresas, mas sim nas pessoas e nas suas formas de lidar com a realidade em busca de melhorias nela.

Assim, e partindo desta premissa, podemos admitir que investir, reconhecer e engajar seus colaboradores neste processo é um caminho saudável e eficaz para que surja um “ambiente de aprendizagem” no qual mentes criativas e inovadoras possam prosperar e levar junto seu negócio.

Em artigos anteriores, afirmamos que a retenção dos talentos nas empresas, sobretudo de serviços como é o nosso caso, vem se mostrando, há algum tempo, poderosa estratégia de diferenciação mercadológica, na medida em que a globalização operou a migração do centro das atenções e investimentos do capital financeiro para o capital intelectual, como bem nos apresentaram Stewart (1998) e Sveiby (2000) ao atribuírem às pessoas e seus talentos o papel de “vantagem competitiva do século XXI” e “nova riqueza das organizações”, respectivamente.

Mas se por um lado esta realidade bate à nossa porta e nos obriga, como gestores e tomadores de decisões, a rever prioridades de investimentos e, talvez, mudar foco e ritmo das ações estratégicas, por outro, apresenta-se diante de nós uma questão paradoxal: como equacionar essa problemática se o mercado de alto grau de competividade demanda inovações constantes enquanto os profissionais, em sua grande maioria, buscam apenas e tão somente realização pessoal e remunerações maiores?

Bom, nesse momento é importante registrar que ao falarmos sobre o desenvolvimento de uma cultura de inovação nas nossas empresas do segmento fitness não estamos associando isso exclusivamente a investimentos em capacitação, treinamentos, sala de aula e cursos formais. Falamos de algo maior, mais subjetivo, mas, de forma alguma, menos importante: PRODUÇÃO DA INOVAÇÃO.

Mas então, “como ela pode ser produzida na minha empresa”, você deve estar se perguntando neste momento?

Quem te responde a indagação é Ignácio Garcia Zoppi, um renomado antropólogo organizacional que desenvolve estudos na área de inteligência produzida a partir de redes sociais – Tree Intelligence ou Gestão Relacional – e seu papel na formação da inteligência coletiva no âmbito das corporações. Segundo ele, o desenvolvimento de uma cultura de inovação no século XXI precisa e somente será possível ser construída a partir das redes informais de comunicação, isso mesmo, informais, sobre as quais nossas empresas e gestores, com suas estruturas rígidas de hierarquia, poder e tomada de decisões nunca debruçaram seus olhares e atenção exatamente por entender que eram “de fora” em relação aos organogramas tão bem desenhados. A proposta deste pesquisador e consultor empresarial internacional é que devemos investir a partir da premissa do desenvolvimento da interconectividade dos colaboradores como forma de produzir inovação diferenciadora, ou como seu instituto propõe e denomina, Interconnectivity Development.

O que Zoppi (2016) nos informa é que deixamos de perceber que são as pessoas e suas relações que produzem o dia-a-dia, o modus operandi das empresas e, por conseguinte, das suas entregas aos clientes com os respectivos padrões de qualidade e diferenciação, ou não em relação aos concorrentes. Com isso, o que este ilustre pesquisador nos explica é que não conhecer as redes informais de comunicação nos leva a não conhecer o real papel desempenhado pelas pessoas no processo de qualificação das entregas dos serviços, que pode, e normalmente é, bem diferente daquilo que os organogramas expressam com caixinhas e linhas de subordinação e hierarquia. Em outras palavras, estou te dizendo que a maior capacidade de inovar na sua empresa pode estar em alguém que, alocado em uma “caixinha” mais abaixo do organograma estabelecido e que, exatamente por isso, não será ouvido e, por conseguinte, terá seu talento desperdiçado ou, o que seria ainda pior, aproveitado pelo seu concorrente.

Porém, em se tratando dos negócios voltados para o segmento fitness no Brasil, ainda vivemos um momento onde a ciência das organizações com tudo que tem produzido de conhecimentos no mundo de negócios, é muito pouco estudada DE VERDADE (numa visão otimista de minha parte!!) e que, por isso mesmo, ainda abre espaço para curiosos e expert´s de plantão, que tentam transformar opiniões pessoais e experiências isoladas em “verdades-cientificamente- comprovadas-não-sei-por-quem”, e que, exatamente por isso, nos encontramos em um mercado milionário onde as práticas de gestão são, na melhor das hipóteses, uma revisão de modelos tradicionais oriundos da administração científica de Taylor e Fayol desenvolvido no início do Século XX.

Os estudos sobre redes organizacionais e seu papel na inovação têm demonstrado, sobretudo nas empresas de serviços de diferentes segmentos, de fast-food à saúde humana, segmento este ao qual as empresas fitness pertencem, que elas se subdividem em 3 modalidades e abrangências: redes de cooperação, redes de confiança e redes de inovação. Em outras palavras, meu estimado gestor, você tem na sua empresa em pleno funcionamento estas 3 modalidades de produção de interação e que poderiam – aliás, minha posição pessoal é que deveriam – estar sendo utilizadas de forma “hipertrofiada” para reinventar sua empresa e seus serviços de modo a fazer aumentar a intensidade e capilaridade no fluxo de trocas de percepções, ideias e, sobretudo, de propostas de melhorias para o seu negócio.

Giardelli (20111), CEO da Gaia Creative e professor emérito do CIC – Centro de Inovação e Criatividade, afirma que a sociedade deste século está mais integrada e compartilhando absolutamente tudo que aprende, pois existe um excedente cognitivo que nos leva a produzir continuamente conteúdo e compartilhar com aqueles que nos estão mais próximos. As redes sociais, por sua vez, cuidam de deixar todos muito próximos, fazendo com que as empresas sejam apenas “mais um lugar” onde as pessoas podem trocar informações, conhecimentos e construir realidades inovadoras, pois tem sido exatamente nisso que a mudança no comportamento do trabalhador de serviços tem sido pautada, como afirma Pink, um dos principais pensadores do management da nova geração, quando afirma que o interesse dos profissionais está mudando do simples e banal ganho financeiro para a satisfação pela inserção e diferenciação no âmbito das empresas onde estão emprestando seu talento. Assim, os sistemas motivacionais precisam ser revistos na medida em que o você-ganha-mais-aqui migra no mundo inteiro para o você-ganha mais aqui-porque-faz-diferença-aqui.

Assim, e com uma breve interrupção para voltarmos ao tema no próximo número, convido você, gestor, a refletir sobre a difícil e dura, mas infelizmente real, afirmativa pessoal de que HÁ UM DESENCONTRO GRITANTE ENTRE O QUE A CIÊNCIA DOS NEGÓCIOS SABE E OS NEGÓCIOS FAZEM, que encontra respaldo no pensamento de Christensen (2012) uma referência mundial e integrante do seleto grupo de pesquisadores da Escola de Negócios de Harvard, quando afirma em sua recente obra que “administrar melhor, não cometer tantos erros e trabalhar arduamente NÃO É a resposta para o desafio e dilemas da inovação”. Por conseguinte, entendemos que é preciso promover rupturas nos modelos mentais dos gestores para que seus negócios sigam novos caminhos, onde certamente muitos dos nossos clientes regulares e potenciais já estarão, há algum tempo, à espera de algo realmente que os motive a comprar o que temos a lhes vender. E então, o que você pensa sobre tudo isso? Fica aqui minha proposta para sua reflexão e um até breve!!!

Se quiser conversar ou saber mais sobre a temática, escreva-me e terei o maior prazer de discutir isso com você, OK?

REFERÊNCIAS:
CHRISTENSEN, C. M. O Dilema da Inovação. SP: MBooks do Brasil, 2012.

GIARDELI, G. Você é o que Você Compartilha. RJ: Gente, 2011.

STEWART, T. A. Capital Intelectual: A Nova Vantagem Competitiva das Empresas. RJ: Campus, 1998.

SVEIBY, K. E. A Nova Riqueza das Organizações. RJ: Campus, 2000.

ZOPPI, I. G. Branding Relationship Management. Disponível em http://www.treebranding.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=126&Itemid=55&lang=pt. Acesso em 15/5/2016.

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